'Me puxou pelo colarinho', diz enfermeira agredida por pai de criança em pronto socorro em Franca
18/04/2024
(Foto: Reprodução) Profissional de saúde passou por exames e foi afastada. Secretaria de Saúde disse que acompanha caso e registrou boletim de ocorrência. Enfermeira de Franca (SP) teve roupa rasgada por pai de criança após confusão durante atendimento em PS infatil
Arquivo pessoal
A enfermeira agredida física e verbalmente pelos pais de uma criança no Pronto Socorro Infantil Doutor Magid Bachur Filho, em Franca (SP), teve o jaleco rasgado e a corrente que usava, arrebentada.
Ao g1, ela contou que foi puxada pelo colarinho pelo homem e desviou na hora que ele desferiu um soco, que passou de raspão pelo rosto dela.
"Ele me puxou pelo colarinho da camisa, arrebentou minha correntinha e rasgou a roupa. Me puxou com uma mão e com a outra foi me dar o soco. No que ele veio me dar o soco, joguei meu corpo para trás, onde rasgou meu jaleco. O soco pegou superficial. Ele falou alguma coisa lá na hora que eu não lembro e saiu para fora [do hospital]. Fez isso e saiu para fora".
A confusão aconteceu por volta das 18h de terça-feira (16) e, segundo a profissional de saúde, começou após ela se negar a atender a menina porque se desentendeu com a mãe.
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"Ela [a mãe] falando que eu estava sendo grossa com ela [a mãe], sendo bruta, que não estava tendo educação, que estava sem paciência. Aí falei 'então vou fazer uma coisa, me recuso a cuidar da sua criança, porque já que você acha que eu estou sendo grossa, que estou sendo ríspida, que não estou tendo paciência, então me recuso'. Ela disse que eu era obrigada".
Ainda segundo a enfermeira, ela chegou a pedir por três vezes ajuda da mãe para que a menina fosse deitada na maca para passar por um procedimento.
"Falei 'mãe, você deita a criança?' A mãe continuou lá do mesmo jeito, a criança resmungando, 'mãe, deita a criança pra gente fazer o procedimento'. Falei três vezes pedindo pra ela deitar, aí ela falou 'eu já escutei, você não está vendo que a minha filha está traumatizada? Eu estou vindo aqui desde sábado, que está furando ela, que está dando remédio para ela, você deveria ter paciência com ela'".
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À EPTV, afiliada da TV Globo, a Secretaria de Saúde de Franca informou que repudia 'qualquer tipo de violência' e disse que a profissional de saúde recebeu amparo do SIAS (Serviço Integrado de Atendimento ao Servidor), que oferece atendimento psicológico aos servidores.
O caso vai ser investigado pela polícia, ainda segundo a pasta.
Falta de segurança assusta profissionais
Ao g1, a enfermeira agredida disse que o pronto socorro não conta com câmeras de monitoramento e profissionais de saúde trabalham no local sem qualquer segurança.
Na quarta-feira (17), enfermeiros utilizaram preto durante o plantão como forma de protesto e apoio à vítima.
A mulher passou por exames e foi afastada. Ela também registrou um boletim de ocorrência contra os pais da criança.
"Ele [o pai da criança] entrou sem autorização [na sala de atendimento], foi até o leito que a filha dele estava e ela [a mãe da criança] começou a instigar ele, dando a entender que eu tratei a menina mal, que eu fiz alguma coisa. Ele já estava estressado, nervoso. Entrei no meu posto, no balcão de medicação, ela me viu, mostrou pra ele e ele veio".
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